Unigranrio homenageia catadores de materiais recicláveis do Jardim Gramacho no Dia Mundial do Meio Ambiente.

“A Unigranrio consolida esta data como motivo de promoção da educação, organização e luta, valorizando o protagonismo das populações mais atingidas pelos impactos ambientais”, explica a professora da Unigranrio Cleonice Puggian (Grupo Penso/PPGHCA).
O meio ambiente no Brasil está mais para ½ ambiente, porque as metas de sustentabilidade estão muito longe do que a população imagina. Nesta última segunda-feira (5/6), dia Mundial do Meio Ambiente, a Unigranrio resolveu homenagear catadores de materiais recicláveis do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias. Palestras, entrevistas no Canal Unigranrio, depoimentos para o Unigranrio/Notícias, exposição de matérias recicláveis fizeram parte do tema “Políticas municipais de gerenciamento integrado de resíduos sólidos”, momento em que o município de Duque de Caxias elabora seu Plano Municipal de Saneamento Básico, incluindo limpeza urbana. Esse Brasil de 200 milhões de habitantes clama por mudanças, inclusive na área de meio ambiente.

Mundialmente, pouca coisa poder ser vista como comemoração.
Cleonice Puggian, professora da Unigranrio (Grupo Penso/PPGHCA), assim como a maioria dos brasileiros, prefere adiar qualquer celebração sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente. “Eu posso dizer que não há muito a comentar, tendo em vista a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e a contínua flexibilização da legislação ambiental no Brasil, dentre outros problemas”, reflete a pesquisadora. Além disso, a Amazônia e a Mata Atlântica respiram por aparelhos, porque estão entregues à destruição e esquecimento. E o que dizer da situação sobre Mariana e a Vale? Vale a pena esperar atitudes desses governos que emudecem a população e que desrespeitam os preceitos mínimos de cidadania ?
Política brasileira deve ser reciclada e colocada na esteira da cidadania e do desenvolvimento sustentável.
Algumas capitais como Berlim (Alemanha) e Tóquio (Japão) recuperam, em média, 40% de seus resíduos. O Rio de Janeiro , por exemplo, poderia chegar nesses níveis, mas apenas 3% de seu lixo são utilizados em reciclagem. O BNDES previa, desde 2012, a aplicação de R$50 milhões para construção de seis galpões de triagem de materiais recicláveis. Para onde foi destinado esse dinheiro? Cazuza não precisa mais pedir para que o Brasil mostre sua cara, porque tudo está estampado, delatado e à espera de um novo país, desfraldado e com olhar cívico.

Políticos deveriam ver e ouvir os depoimentos de catadores de materiais recicláveis do Jardim Gramacho. A lição de ética, superação, meta, coragem, determinação e empreendedorismo serve para todos.
Em meio aos escândalos que abalam o mais alto escalão do governo federal, tudo poderia ser motivo para desolação, mas os depoimentos dos catadores deveriam servir de exemplo para estes podres poderes de Brasília e de outras capitais brasileiras. José Nascimento Leocácio (Ambiental Cooper) e Marilene da Silva (Cooper Prosperar) foram entrevistados pela professora da Unigranrio Cleonice Puggian (Grupo Penso/PPGHCA), em transmissão ao vivo pelo Canal Unigranrio.
Os convidados falaram sobre o trabalho no antigo Aterro Metropolitano e Jardim Gramacho, além das transformações ocorridas após o fechamento. Pastor José, como é conhecido José Nascimento Leocácio, disse que os catadores devem ser reconhecidos como profissionais comprometidos com o meio ambiente e com a sociedade.
Exposição “Catador : profissão, vida e cidadania”.
Mais de duzentas pessoas visitaram a exposição “Catador: profissão, vida e cidadania”, na ‘Praça do Conhecimento’, quando os catadores falaram sobre seu trabalho e expuseram vários tipos de materiais recicláveis. Houve doação de mudinhas para quem contribuiu com dez ou mais itens recicláveis. Este foi o caso da Professora Mariângela Almeida, do curso de Pedagogia, e da Pró-reitora Comunitária, Professora Sônia Regina Mendes, que prestigiaram o evento.


Adriana Casali, diretora de Educação Ambiental de Seleta Coletiva da Secretaria municipal de Meio Ambiente de Duque de Caxias, analisa o trabalho das cooperativas.
“Antes, nós fazíamos um trabalho junto ao Aterro Sanitário, mas hoje há catadores que atuam de forma regular, enquanto que outros trabalham de maneira totalmente clandestina. Com isso, o trabalho de conscientização deve ser bem maior. Somente dentro de uma das cooperativas que nós damos apoio, trabalham cerca de 120 pessoas. O Jardim Gramacho reúne 27 cooperativas, das quais seis estão devidamente regularizadas com a Secretaria municipal de Meio Ambiente de Duque de Caxias”.


Mutirão da reciclagem começa na escola.
A exposição também atraiu alunos de escolas vizinhas, como a turminha do segundo ano do Centro Educacional Fazendo Arte (CEFA), que doou mais de 200 itens de materiais recicláveis para os catadores do Jardim Gramacho. As mudas foram providas pelo Horto Municipal de Duque de Caxias, por meio de uma parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que também participou do evento.
Debate sobre Política Nacional de Resíduos Sólidos encerra evento na Unigranrio.
Ao final do dia, houve uma mesa-redonda sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, contando com a presença do Subsecretário de Meio Ambiente de Duque de Caxias, Vitor Hugo Kaczmarkiewicz; Marcelo Leone Riguetti, Professor do Curso de Pós-graduação em Gestão Ambiental Unigranrio; Jovelita Miranda, do Movimento SOS Jardim Gramacho; Alex Moura Santos, do Centro de Triagem do Jardim Gramacho; e Maria Rosinete dos Santos, representando o Movimento Nacional dos Catadores.

Jardim Gramacho continua sendo o principal destino do lixo de Duque de Caxias.
A mesa-redonda foi coordenada pela Professora Cleonice Puggian e colocou em destaque os desafios para a coleta seletiva no município de Duque de Caxias, como a legalização das cooperativas de catadores e ampliação da rede de coleta e triagem. Falou-se também da urgência de revitalização do Jardim Gramacho, que mesmo depois do fechamento do Aterro Metropolitano, continua sendo o principal destino do lixo de Duque de Caxias.
Banco Mundial: “elevação do nível médio do mar pode ser motivo de preocupação para municípios brasileiros”.
Já em 2014, o Banco Mundial alertava que , em meados desse século, a elevação de 0,2 metro do nível do mar poderia provocar prejuízos na ordem de US$ 940 milhões em 22 das maiores cidades costeiras da América Latina. Mais de 60% da população brasileira moram na zona costeira. Aqui no Rio, o risco e impactos da elevação do nível médio do mar podem ser motivos de preocupação em Duque de Caxias, Guapimirim, Magé, entre outros.