Unigranrio celebra Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3/11) antecipadamente

O trabalho acadêmico coordenado pela fisioterapeuta e professora da Unigranrio, Cleide Câmara (cadeirante), é exemplo a ser seguido por seus alunos, dentro e fora do campus Duque de Caxias. Cleide organizou o workshop “Tecnologia Assistiva na acessibilidade – colocar-se no lugar do outro faz do mundo um lugar de todos”, onde alunos utilizaram cadeira de rodas, andadores e muletas dentro do pátio interno dessa universidade. Eles convidaram pessoas para interagir com dispositivos, a fim de identificar as principais dificuldades de acessibilidade e funcionalidade.
Não foi nada fácil se colocar no lugar deles, disseram as alunas. Esta atividade faz parte de iniciativas informacionais acessíveis em saúde, para que acadêmicos complementem seus conhecimentos sobre inclusão e garantia dos direitos de pessoas com deficiência. Isto vai muito além da sala de aula.
Cleide Câmara explica alguns pontos importantes desta disciplina diferenciada.

“Muitas vezes, as pessoas não sabem a forma correta de ajudar um cadeirante ou pessoa com alguma outra necessidade funcional. Nós precisamos sensibilizar antes, para educar depois. Na disciplina Tecnologia Assistiva, procuramos apresentar dispositivos que são utilizados em prol do paciente, da busca da funcionalidade e da autonomia, como auxílio a ele próprio. Os acadêmicos são orientados sobre a responsabilidade que devem ter diante de cada tratamento e, também, da integração de crianças e adultos com mobilidade reduzida junto ao meio social”, complementa.
Aluna de Fisioterapia passa pelas mesmas dificuldades encontradas por portadores de necessidades especiais.
Luana Santos, do 10º período de Fisioterapia, faz estágio na Policlínica Duque de Caxias (PDC-Caxias), onde cuida de pacientes com trauma ortopédico. Para ela, este evento ensina como proporcionar ajuda a portadores de necessidades especiais: “Aqui no campus, nesta atividade simulada, recebemos alguma ajuda de alunos de outros cursos, que nos apoiaram na hora de subir rampas com cadeira de rodas ou, ainda, utilizar determinadas escadas, mas ainda falta conscientização da maioria de alunos e, também, na minha cidade, Duque de Caxias. Todos os dias, ao andar pelas praças e ruas, não encontro rampas especiais, sinalização e apoio da população aos que necessitam de ajuda, como cadeirantes, deficientes visuais, entre tantos outros”, conclui Luana.

Cleide Câmara é mestra em todos os quesitos educacionais.
Cleide Câmara, que é professora da Unigranrio do curso de Fisioterapia, atualmente também é supervisora de estágio em Pediatria, na PDC. Ela, que trabalhou no INCA por cinco anos, é mestre em Educação (UERJ) e especialista em fisioterapia neurológica funcional e pediátrica. A professora Cleide tem mobilidade reduzida, decorrente de uma poliomielite, mas transita por toda a universidade com sua cadeira de rodas e, com isso, mostra que o maior exemplo de superação parte de sua atitude profissional e empreendedora. Cleide sempre trabalhou com crianças especiais, ou diferenciadas, como prefere assim identificá-las.

Superação em pessoa.
Essa guerreira é excelente fisioterapeuta, feliz e plenamente realizada. Cleide dirige seu carro, mantém acessibilidade pelo campus, orienta as mães que aguardam seus filhos durante os atendimentos de fisioterapia e, ao mesmo tempo, dá exemplo de força e determinação. Cleide é responsável pela construção e conquista de sua própria felicidade. “A criança deve ser compreendida e tratada como um todo, com respeito ao seu histórico e as peculiaridades de cada diagnóstico. “Nosso aluno é estimulado a ter consciência daquilo que cada criança apresenta e necessita, para se tornar mais funcional e, assim, poder participar e interagir com atividades infantis pertinentes a cada idade. Quando o assunto é superação, tenho sempre um bom exemplo”, esclarece Cleide.

