Fred Schiffer, diretor de Comunicação e Marketing da Unigranrio, foi responsável pela apresentação  e mediação

Os alunos ‘mandaram bem’ nas perguntas, como disse o palestrante Antônio, que acrescenta: “O mercado de trabalho é a meta de cada aluno que estuda uma profissão, porque o que importa nesta caminhada é avançar nas pesquisas e leituras, além de descobrir seminários e congressos que possam oferecer qualificação e atualidade no campo da publicidade. Posso garantir que a conexão com o novo, a criatividade, as técnicas e a estratégia definirão quem vai fazer a diferença na profissão escolhida”. o escritor Antônio Pinheiro ainda sorteou exemplares de seu livro ‘Muito além do merchan’.

Marcas que povoam o imaginário dos consumidores brasileiros

Antônio deu um panorama completo a respeito da publicidade, com ênfase nas agências pelas quais trabalhou e obteve sucesso. Ele esclareceu que há produtos que resistem ao tempo e às crises, e que marcam a vida de cada um. ”Quem aqui poderia dizer, agora, uma marca que não lhe sai da cabeça?. Vejam que numa recente pesquisa de mercado, constatou-se que OMO e Coca-Cola povoam o imaginário  da maioria dos consumidores brasileiros, ligando essa marcas com vários aspectos da vida cotidiana”, lembra, Antônio.

Mudança de hábitos de consumo e nas ações de marketing das empresas

Antônio Jorge Alaby Pinheiro deu mostras de que a publicidade tem fôlego e autoridade para se impor às desventuras advindas de governos, mas destacou, ainda, o exemplo do mercado fonográfico, que mergulhou em crise e soube achar alternativas através do download: “Depois de ver o pré-lançamento de um programa dedicado a André Midani, produtor musical e um dos responsáveis pela MPB nos últimos 50 anos, resolvi acrescentar este capítulo à minha conversa com vocês, aqui na Unigranrio. Tudo isso revela a mudança de hábitos de consumo e nas ações de marketing das empresas”, ensina Antônio.

Bronca em alunos que estavam para sair rende aplausos da plateia: “Se vocês saírem, eu também vou embora”

Antônio observa que há dois alunos saindo da sala enquanto discorre sobre seu tema. Rápido como um raio, ele avisa: “Prestem atenção, se vocês saírem, eu também vou embora. Lembrem-se que atualização é o único caminho para transformar angústias em bons resultados. As pessoas precisam entender, de uma vez por todas, que a faculdade não vai dar tudo mastigado ao aluno. Para se obter sucesso é necessário sair da passividade e correr atrás de suas metas, sempre”, dispara o  profissional que já passou por empresas do porte da McCann Erickson, Artplan, Garden e JWT. A plateia veio a baixo e, para felicidade do palestrante, mais ninguém arredou pé.

Publicidade também convive com caretice e conservadorismo, mas inovação deve prevalecer

“Quem escolheu fazer publicidade achando que as pessoas que trabalham nessa área da publicidade representam vanguarda e modernismo, pode cair do cavalo. Há muito conservadorismo, caretice e coisas do gênero. Eu fujo do estereótipo, do lugar comum, porque nessa profissão trabalhamos como interlocutores de grandes empresários, que querem resultados em inovação, visto que isso alavanca vendas e cumprimento de metas. Muitas das vezes, é na crise que mostramos nossa criatividade, transformando a instabilidade em segurança para nossos clientes”, adverte Antônio.

Tratamento diferenciado que aproxima o cliente de sua marca preferida é a nova tática da Unilever

Segundo Antônio, a Unilever tomou uma decisão global, recentemente, de não mais usar a expressão  ‘consumidor ou interlocutor’, adotando a expressão ‘pessoas’. Estas sutilezas marcam as mudanças que estamos vivendo, porque quando adotamos o nome ‘pessoas’, sabemos que tudo isso aproxima mais a empresas de seu público-alvo. Nós temos que entender os anseios de nossa população brasileira. O curso de comunicação deveria ter duas disciplinas importantes: sociologia e psicologia. Para entender a sociedade e o comportamento das pessoas, com estas disciplinas, tudo ficaria mais fácil na complementação de  nosso trabalho. Um comercial nacional de 30 segundos, veiculado na janela da novela ‘Império”, custou R$600.000,00. O maior desafio de quem faz uma campanha publicitária é ver o maior número de informações, antes de definir o que vai para público externo”, exemplifica.

Jonatas, aluno de Publicidade da Unigranrio, pergunta se há espaço para profissional recém-formado no meio de craques da publicidade

Antônio, há muita dificuldade para que um publicitário recém-formado possa ser ouvido diante de tantos profissionais experientes? 

Antônio – “Quando eu entrei na McCann Erickson, percebi que havia gente experiente para resolver problemas, muita hierarquia e tabus. Mas você tem que impor a sua personalidade, custe o que custar. Se você começar tímido demais, medíocre, com medo de mostrar suas ideias, sua carreira na empresa vai por água a baixo”.

Professor Waldvogel Gregório, do curso de Comunicação social da Unigranrio pergunta sobre pesquisa acerca do jovem digital brasileiro 

Ele perguntou a respeito uma pesquisa realizada pelo Ibope, em que aborda o crescimento do jovem digital brasileiro. Waldvogel questiona sobre como o mercado publicitário observa o jovem que está conectado à  TV e às novas plataformas de comunicação.

Antônio – “Eu assisto TV, mas estou ligado às mídias sociais e aos informativos. O importante é detectar as relevâncias de comportamento desse novo consumidor, tentando ganhar a mente dele, dialogando com quem atua nessas múltiplas plataformas. As novas mídias crescem continuamente e abrem diversas possibilidades aos anunciantes e às campanhas publicitárias, de forma inovadora e interativa”, conclui Antônio.

Antônio Jorge Alaby Pinheiro ​é dono da Mídia1 Comunicação e soma em seu vasto currículo cargos como ex-diretor da FCB, Z+G Grey e Rebouças & Associados.