Curso de Logística abre os caminhos para a mobilidade urbana


BRT tem trânsito livre
Richele Cabral, diretora de Mobilidade Urbana da Fetranspor, apresentou o tema “Mobilidade com qualidade nos grandes centros urbanos”. Para esta especialista, mestre em Engenharia de Transportes da Coppe, há necessidade de ampliação do uso de corredores expressos, para que aumente a eficiência no transporte público. Ela afirma que é necessário “pensar em que tipo de cidade queremos morar, já que a busca de qualidade na mobilidade urbana é fator de urgência, principalmente no Rio de Janeiro”. Aliás, os problemas atuais levam a crer que há inúmeras etapas para que tudo seja cumprido até as Olimpíadas de 2016.
Nossos transportes e vias Trans
Quando o BRT Transcarioca (Bus Rapid Transit), que é o principal projeto de mobilidade urbana ligado à Copa do Mundo, for concluído, o tempo a ser gasto para ir do Galeão até a Barra da Tijuca, no Rio, será reduzido em 60%. Mas isso ainda não saiu totalmente do cardápio de obras em andamento. Com BRTS, metrô, trens, barcas e VLT, será que os serviços funcionarão de forma integrada até 2016? Exercícios de futurologia mostram desconfiança por parte da população do estado e demais capitais brasileiras. Quantas horas levaremos para percorrer os trajetos mais longos no Rio? As obras ficarão prontas até a chegada da chama Olímpica? E a Transoeste, Transolímpica, Transcarioca e SuperVia entrarão nos trilhos a tempo? Nem imaginamos como está o maior complexo rodoviário do Rio, o Arco Meteropolitano, que terá 140 quilômetros, assim que estiver concluído.
O pedal do sonho
Júlio César de Souza Loureiro (professor de graduação e de pós-graduação em Logística da Unigranrio) deu sequência às palestras com o tema “Logística urbana com bicicletas”. Com um tema tão leve como quem roda de camisa aberta ao vento, o pedal do sonho ganha alegria e esperança na conferência desse professor. Júlio, que carrega em seu currículo MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC/RJ, demonstrou como o uso da bicicleta abre um leque de vantagens, sem poluir o meio ambiente, nos deslocamentos por vias públicas da cidade. “Elas estão sendo usadas para a locomoção de passageiros e também de carga”, justifica Júlio, com base em seus conhecimentos adquiridos em empresas e instituições como Exército Brasileiro, AmBev, Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), Ponto Frio e Gefco.
O coordenador do curso de Logística da Unigranrio sugere atualização constante

Para Alessandro de Santana, tudo depende de etapas envolvidas por processos que influenciam a chamada mobilidade urbana, tendo como partida o projeto de vias, planejamento dos sistemas de transportes e de atividades de controle de tráfego, por exemplo. Os dados socioeconômicos podem influenciar na mobilidade, até porque sinais de trânsito, construção de estação de metrô, impacto do comércio em determinadas áreas populacionais, bicicletários, ciclovias e outros mais devem ser quantificados e devidamente planejados.

Hélio Meirim, diretor da empresa HRM Logística, pede integração entre instituições públicas e privadas
Ele foi o moderador desse encontro na Unigranrio. Hélio ficou bem impressionado com a estrutura do curso oferecido nessa universidade e salientou que para conseguir bom êxito em mobilidade urbana é necessário integração entre instituições públicas e privadas: “Eu acredito que precisaremos ações coordenadas entre o poder público, entidades empresariais, universidades e a população em geral. O poder público tem que investir em infraestrutura, tais como terminais rodoviários, ciclovias e vias de acesso, além de meios de transporte para deficientes. Hoje, a falta de fiscalização colabora para o não cumprimento destas medidas urgentes”, adverte Hélio.
O diretor da HRM Logística ainda sugeriu melhorias em determinados setores:
“As entidades empresariais devem buscar otimizar horários de recebimento e de entrega de mercadorias, possibilitando, assim, estudar melhores formas e horários para a realização de operações de carga e descarga, que são fundamentais para a economia”, acrescenta. Antes de concluir, o especialista criticou a falta de civilidade e de respeito ao direito de cada cidadão: “As pessoas deveriam adotar algumas medidas básicas no trânsito, como o transporte solidário, o não fechamento de cruzamentos e respeito aos ciclistas e motociclistas. Hoje, perdemos muito tempo em nossos deslocamentos diários. As soluções não são tão simples, mas servem como processo de transformação. Afinal, que cidade você deseja em termos de mobilidade”, questiona Hélio.
Mobilidade sustentável, já
Os desafios das grandes metrópoles estão lançados em todo o mundo. Nos últimos 40 anos, o automóvel foi a resposta que a maioria apostou quanto à necessidade de circulação, porém, ele foi o vilão que levou à paralisia do trânsito nas principais capitais do país, como no Brasil. Para tentar resolver o desperdício de tempo e o impacto da poluição atmosférica, nossos políticos vão ter que trocar a estratégia para transportes coletivos, sob a bandeira da mobilidade sustentável. Que venham novos sistemas sobre trilhos, bondes, VLTs e outros mais inovadores.