CAP Unigranrio Lapa promove quadrilha julina com ritmos de forró, rap e funk

A Paradinha enlouqueceu a galera na festa julina do CAP Unigranrio/Lapa, onde alunos adaptaram as coreografias tradicionais com pitadas de funk, forró e rap, não necessariamente nesta ordem. Cerca de 300 alunos, pais e parentes conferiram essas novidades no auditório do campus Lapa, 13º andar, no Centro do Rio de Janeiro. Com a música Despacito (de Daddy Yankee) e vários hits atuais, o clima foi de total empolgação para os alunos do CAP, moradores da Lapa, Flamengo, Glória, Catete, Laranjeiras, Botafogo, Centro, Tijuca, Complexo do Alemão, além de outros mais distantes, de Niterói e, até da Ilha de Paquetá. É o CAP além da sala de aula!
Nossos professores também são muito bons de festa.
Nessa alegria contagiante, além de danças e decoração, as comidas típicas mais conhecidas foram feitas por alunos e seus pais. Lá, os foliões puderam escolher iguarias como salsichão, empadinha, bolo de fubá, rapadura, milho, pipoca, cocada,. brigadeiro, pastel, pão de queijo, canjica e pé de moleque. Mas temos que destacar os animadores das festas, digo os professores que, ao melhor estilo caipira, anunciavam o passo a passo de cada dança: anarriê, alavantur, olha a cobra, olha a chuva, caminho da roça, caracol, entre outros.


O coordenador do CAP Unigranrio/Lapa é o profissional que chegou para mudar o cenário de ensino no Rio de Janeiro.
A festa também foi deles, professores, que souberam dar um toque na condução desta festa tradicional, cujo início se deu a partir de 1583. O arraial do CAP teve a presença do pernambucano da cidade de Caruaru, José Severino da Silva, que é o coordenador do CAP Unigranrio/Lapa, há sete anos. Ele sabe tudo e mais um pouco sobre festas de São João, São Pedro e Santo Antônio. Há mais de 20 anos, José Severino é músico profissional, mas ele soube dividir seu tempo e a capacidade de aprender cifras e partituras musicais com outros ganhos educacionais. José Severino tem fôlego para muitas maratonas, porque concluiu graduação nas áreas de História e de Filosofia.
O pernambucano José Severino da Silva, coordenador do CAP Unigranrio/Lapa, toca o CAP Unigranrio com harmonia, competência e olho em seu doutorado.
Não bastasse tudo o que esse professor já fez, José Severino da Silva decolou seu mestrado em Ciências Humanas e, agora, está prestes a concluir doutorado em Humanidades, Cultura e Artes. Precisa dizer mais alguma coisa sobre ele? Sim, é claro que sim. O bom José Severino toca sanfona, teclado, guitarra, violão, cavaquinho e contrabaixo. Ele já é o próprio conjunto musical, mas não levou sua sanfona para não roubar a cena frente a seus alunos e demais colegas do CAP. “Eu entendo que a tradição nordestina tem tomado outros rumos. Nossa cultura é mista, mas na época das festas juninas é necessário dar mais ênfase aos ritmos nordestinos. Eu acredito que misturar funk, rap e forró durante as danças provoca uma descontinuidade rítmica em relação aos festejos tradicionais”, confirma José Severino.


A real diferença do CAP Unigranrio está em valores que multiplicam saberes muito antes da entrada na faculdade.
“O ensino do CAP é diferente de outras escolas, a começar pelo fator humano. Os familiares de nossos alunos se sentem acolhidos aqui na instituição. Nós promovemos quatro reuniões anuais com os pais ou responsáveis. A formação é outra área a ser destacada aqui na Lapa, porque os alunos ocupam o mesmo espaço físico da universidade, onde as pesquisas são realizadas nos mesmos laboratórios de acadêmicos da graduação. Anualmente, muitos de nossos alunos do CAP são financiados pela Faperj, CNPq e pela própria Unigranrio. As metodologia ativas também têm facilitado o entendimento das matérias, onde o diálogo tem acelerado o ensino-aprendizagem”, conclui José Severino da Silva.
Aluno do CAP Lapa que participou da festa julina 2017 está prestes a viajar para Tampa (EUA) com objetivo de estudar e jogar basquete.
A chave da porta que pode ser aberta para uma vida recompensada acaba de ser entregue a seu mais novo dono. Gabriel Alves Camilo tem apenas 16 anos, mas com seus quase 2m de altura, o aluno do ensino fundamental do campus Lapa vai decolar para novos sonhos. Ele, que começou a jogar basquete aos 14 anos de idade, mora com a mãe no Complexo do Alemão, no Rio de janeiro. Ela é doméstica e leva a vida com enorme sacrifício. Gabriel, já incentivado pela mãe, deus seus primeiros passos como jogador de basquete no Fluminense, mas seu voo definitivo foi no Clube Municipal, na Tijuca. O pai, Humberto Camilo, também apoia a ida de Gabriel para jogar basquete onde os melhores do mundo se destacam.


Gabriel tem nome de anjo e uma estrela que pode brilhar nos EUA. Apesar de economizar promessas, ele acredita que sua oportunidade chegou na hora certa.
Gabriel passou pela peneira tradicional imposta a todos que sonham entrar para o mundo do basquete. Hoje, finalmente, ele já está habituado às regras do basquete, como as do campeonato Carioca, categoria Sub-17, onde Gabriel já figura como uma das promessas desse esporte. E não demorou para que o Anjo Gabriel lhe desse um presente: ganhar de seu antigo clube, o Fluminense. Nesse esporte de grandes campeões brasileiros, como Oscar, seu ídolo, Gabriel adora roubar bola nos rebotes, fazer assistências (aquele que passa a bola para outro jogador fazer a cesta), além, é claro, de marcar pontos para sua equipe.
Um porto seguro longe do Brasil. A mudança de cultura, comportamento e do cotidiano vão fazer bem ao futuro jogador de basquete da cidade de Tampa (EUA).
Gabriel fala com a maior alegria do momento que pode representar uma mudança radical para alguém que enfrentou pobreza e desigualdade social. Em meio a tantos obstáculos, ele acaba de achar a resposta para uma vida mais digna quando, andando na rua, foi abordado por um americano, que, ao ver aquele jovem tão alto, resolveu puxar conversa em inglês, perguntando se ele jogava basquete. “O homem da cidade de Tampa fez várias perguntas, principalmente se eu jogava basquete. Isso foi básico em nossa conversa. Eu, que estudo inglês, dei logo a ficha de onde eu treino e jogo. Depois disso, dias depois, recebi e-mails de treinadores de uma universidade de Tampa, nos EUA”. Explica Gabriel, o Novo Pensador.


A mãe de Gabriel, que mora no Complexo do Alemão e trabalha como doméstica, resolveu fazer uma vaquinha para pagar a viagem de seu filho aos EUA.
A mãe de Gabriel, que trabalha como doméstica, foi sua maior incentivadora. Depois de checarem se o treinador era da universidade de Tampa, dona Adelita Teixeira Alves resolveu fazer uma vaquinha para arrecadar o dinheiro para a viagem de Gabriel. “Eu tive apoio de muita gente, de minha mãe, de professores e alunos do CAP, mas também de amigos do Complexo do Alemão. Eu mandei vídeo de meus jogos para os treinadores da cidade de Tampa e, ainda neste mês, farei teste para saber se posso estudar e jogar basquete por lá. Minha meta é completar o ensino médio e jogar basquete, mas também penso em levar minha mãe para Tampa, assim que eu conseguir me firmar nos EUA.”