Beto Neves fala sobre empreendedorismo e elogia curso Design de Moda da Unigranrio

Beto Neves, estilista da marca Complexo B, deu seu recado profissional na passarela acadêmica do curso Design de Moda da Unigranrio/Caxias. Com vasta bagagem por empresas e, também, como consultor de grifes de prestígio, Beto dividiu seu tempo de palestra com seus colegas formados na Unigranrio. Cerca de 200 pessoas participaram do evento mediado pela coordenadora do curso Design de Moda da Unigranrio, Rita Quintanilha. Beto chamou a atenção para uma quebra de paradigma, porque, no seu modo de entender, o combustível que transforma o futuro design de moda tem de passar por incubadoras de empresas e por muito empreendedorismo.

Mudanças de rumo devem começar dentro da universidade
Sendo assim, o palestrante principal da noite soltou o verbo de A a Z. Beto não acredita na forma de estágio obrigatório, porque, ele não prepara o profissional para o mercado de trabalho. “Eu substituiria esse estágio pelas incubadoras de empresas, algo em que o aluno já entra no processo simulado com total empreendedorismo e visão de sua profissão. Eu já vi este panorama em algumas universidades brasileiras, em que o aluno de graduação sai da universidade sem qualquer prática de sua profissão. Não é o caso da Unigranrio, que tem estrutura diferenciada das demais”, explica Beto Neves
Estilista, não mais. Agora, o chique é dizer design de moda.
Em outro momento de sua palestra, Beto Neves manda recado para alunos que insistem no termo estilista: “Meus amigos de profissão, este termo já está fora de uso, muito banalizado e sem a força que merece. Atualmente, usamos apenas o nome Design de Moda. É chique e é bem aceito no mundo da moda e, aqui mesmo, dentro da universidade, no curso de vocês”, comenta.

Em tempos de crise, enquanto alguns choram, outros vendem lenço.
Beto Neves, que se destacou como estilista no início da carreira, durante o concurso de Novos Talentos da Semana Barrashopping, dá dicas sobre o que pode servir de inspiração para a próxima estação. “Eu penso que o cenário político atual é um deles, mas a questão da crise da água nos estados do Rio de Janeiro, por exemplo, o momento de recessão por que passa o país, o ódio que reina nas grandes metrópoles são alguns pontos a serem relacionados. Na verdade, em tempos de crise, enquanto alguns choram, outros vendem lenço, já dizia o ditado popular. A moda nunca vai acabar, podem crer. Eu prefiro ir na contramão da maioria, possivelmente em busca do impossível, porque a concorrência é menor. Nós temos que fazer algo sempre inovador”, dispara.
Curso de extensão em ritmo de incubadora de empresas.
“Eu vou participar de um curso de extensão, aqui na Unigranrio, que vai funcionar como incubadora de empresas. Ele visa a trabalhar o profissional que acaba de sair da faculdade, oferecendo-lhe melhor posicionamento em relação uma determinada marca, ou mesmo descobrir aonde encontrar facção ou costureira. O curso, que ocorrerá aos sábados, a partir de maio, vai mostrar como entender e praticar o processo de venda. Todos os inscritos terão acesso aos pilares fundamentais, de criação, produção e a comercialização.Eu vou trazer profissionais de moda e pessoas importantes nesse nosso segmento da moda. A transformação de conceito em produto, por exemplo, vai focar em algo muito significativo, porque muitos acham que tudo é simples, como fazer, desfilar e vender. Pesquisa de referência, desenho, modelagem, plotagem, mostruário, beneficiamento, acabamento, controle de qualidade, ficha técnica e tudo o que trata de chão de fábrica estão nessa programação”, enumera Beto Neves.


Paulo Sérgio, aluno do curso Design de Moda da Unigranrio, queria saber se o mercado de moda de São Paulo pode inibir os projetos comerciais do Rio de Janeiro.
Beto Neves: “O mercado de moda do Rio não acabará nunca, porque tem fonte natural de glamour, desejo e sedução, que faz com que artistas de moda, produtores, empresários, jornalistas e fotógrafos do mundo marquem em suas agendas de turismo e de negócios nesta Cidade Maravilhosa. No Brasil, qualquer pessoa que reside fora do Rio, quase sempre agenda um tempo para passar por essa cidade, que completa 450 anos. São Paulo é uma cidade que respira moda, tem suas características e belezas, também, sendo que cada uma delas tem vida própria com relação à moda. Eu não vejo uma concorrência entre estes estados. Há espaço para todos”, conclui.
Ex-alunos do curso Design de Moda da Unigranrio participam de palestra.
Vanderson Firmiano atua na empresa Ágatha, marca feminina de sucesso.
Ele atua no desenvolvimento e compra da linha de jeans /sarja, onde responde pela pesquisa de tendência, matéria-prima e criação de modelos. “Eu entrei na empresa como assistente de compras, mas depois apareceu uma vaga como assistente de estilo. Foi aí que eu aprendi a trabalhar com criatividade, estratégia e produção, com o chão da fábrica e tudo acontece nesta logística. A Unigranrio me ensinou a trabalhar o conhecimento por meio de fundamentos muito importantes. Agradeço aos meus professores, altamente competentes, e a tudo de bom que aprendi na universidade. Pesquisa de tendência e planejamento nos dão esta segurança no dia a dia de trabalho. A moda tem uma lacuna de 30% que sempre será preenchida por nossa imaginação e criatividade. Talvez, esse percentual nos diferencie como profissionais de sucsso”, afirma.


Heloísa Ribeiro é estilista da marca Blue Man.
Ela coordena o desenvolvimento das seguintes linhas: praia feminino, Infantil, Baby e Teen. “Eu comecei como auxiliar de produção, com facção, mas depois passei para o cargo de assistente de estilo. O meu comprometimento fez com que eu conseguisse oportunidades, inicialmente na área de modelagem. Depois, eu fiz alguns cursos importantes pelo Senai Cetiqt, mas posso dizer que eu amo demais meu ofício. Meu patrão sempre me apoiou no trabalho, especificamente no setor de criação. A chance de fazer o curso de moda foi um divisor de águas, porque a Unigranrio me proporcionou visão enorme de mercado. Hoje, eu faço parte de estilo feminino, infantil e Teen. Na faculdade, nós aprendemos que é necessário se atualizar a todo o momento, lendo jornal, revistas, sites e outros meios de comunicação. O importante é ter foco e por a mão na massa, porque eu tenho hora para entrar no trabalho, mas nem sempre para sair”, justifica.
Aline Sanson é design de moda e produtora.
Ela já realizou trabalhos no Fashion Rio, Rio- à-Porter e Baby London. Desenvolveu produções para revistas e catálogos importantes, no Brasil e exterior. É proprietária da marca Aline Sanson e iniciou sua segunda marca em sociedade com o fotógrafo Vinícius Mochizuky: a Six Rio. “Estou para abrir outra marca no mercado, porque o campo de trabalho sempre está acessível para quem tem vontade, conhecimento e talento. Eu fui convidada por uma marca londrina, um desafio enorme para quem está no início de carreira. Tudo é um sonho possível, aonde vamos montando nosso projeto de vida. Recentemente, recebi um convite para produzir as peças do calendário do Hemorio para 2015. Aos poucos, vejo que nesse mundo da moda é necessário confiar em seu trabalho, tapar seus ouvidos e mandar ver, porque muita gente fala que isso ou aquilo podem não dar certo. A Unigranrio foi uma mãe para mim, porque me deu condições para que eu seguisse em frente”, conclui Aline.


Marcelle Almeida trabalha como E-Commerce na empresa Animale, ou grupo Soma. As marcas Abrand, FYI, Farm, Fábula e Animale fazem parte do grupo.
“Eu cuido do site Offpremium da Animale, de todo o design, do visual, a exemplo da vitrine, dos looks e das fotos. Mas eu também ajudo no estúdio de fotografia, na produção das imagens, além do trabalho extra como blogueira. Eu só tenho a agradecer ao apoio que recebi de meus professores da Unigranrio, sempre muito competentes e atenciosos. Eu amadureci muito nestes anos e, hoje, posso dizer que sou uma profissional de moda, mas atenta ao novo, aos avanços e a tudo o que acontece com nossos clientes. Nada vem por acaso”, adverte Marcelle.
Rita Quintanilha, coordenadora do curso Design de Moda da Unigranrio
